“O turismo criativo é a nova fórmula para o turismo pós-covid? “

“O turismo criativo é a nova fórmula para o turismo pós-cobiçado? “… É o que sugere Caroline Couret, fundadora da Creative Tourism Network®. Ele nos fornece mais detalhes sobre esse tipo de turismo e as oportunidades que ele oferece para estratégias pós-covid19.

– O turismo criativo desenvolveu-se consideravelmente nos últimos anos e parece que agora pode oferecer novas soluções para destinos no horizonte post-covid. Em que sentido?

Antes de tudo, quero colocar minha resposta em perspectiva. A crise da saúde que estamos enfrentando é dramática e a crise econômica também será dramática, principalmente para o setor de turismo. Portanto, não pretendo, com minhas respostas, resolver uma situação de tal magnitude, mas, como estamos falando de tendências que podem contribuir para o renascimento do setor, o turismo criativo terá, sem dúvida, um papel de destaque. De fato, desde sua teorização, no início dos anos 2000, pelos professores Greg Richards e Crispin Raymond, esse turismo se desenvolveu consideravelmente, respondendo, por um lado, à demanda dos viajantes por significado e autenticidade e por o outro, aos destinos que desejam tornar o turismo uma alavanca de desenvolvimento sustentável para seu território. O contexto atual destaca precisamente o retorno aos valores humanos e à solidariedade. Também força os destinos a seduzir o público local e o turismo de proximidade (ou proximidade), a conhecida estada de férias, através de experiências para viver em pequenos grupos, oferecendo uma mudança de cenário a poucos quilômetros de casa. E tudo isso, com uma implementação muito rápida, já que estamos falando da temporada de verão de 2020!

– Antes de entrar em mais detalhes, talvez seja necessário lembrar o que entendemos por turismo criativo.

Direito É uma forma de turismo que permite ao viajante, não ao “turista”, descobrir, mas também entender a cultura local de um lugar, participando ativamente de atividades criativas, vinculadas ao seu patrimônio intangível, sua identidade, seu DNA.
Os turistas criativos estarão interessados, por exemplo, em se encontrar em Ibiza durante a baixa temporada para aprender a fazer queijo de cabra em uma fazenda orgânica ou se tornar DJ por um dia, para participar de uma competição de castelo de areia nas Ilhas Madalena ou esculturas de gelo em Saint-Jean-Port-Joli (Quebec), para fazer seus próprios cosméticos ou iogurte de rosas em Gabrovo (Bulgária), ensaiar as coreografias do carnaval de Recife ou tricotar seu chapéu de toquilla no Equador! entre muitos outros exemplos coloridos!

Além da experiência em si, também é relevante o valor agregado que esse turismo agrega ao território. De fato, os destinos veem o turismo criativo como uma alavanca para o desenvolvimento territorial. Entre suas virtudes, destaca-se a possibilidade de promover o turismo sazonal com estadias mais longas, diversificando a oferta e, portanto, a demanda, reforçando sua identidade, favorecendo a coesão social, a resiliência ou, simplesmente, criando uma economia turística baseada em criatividade, como costuma ser o caso das Cidades Criativas da UNESCO.

– É francesa. Como você percebe o potencial da França em termos de turismo criativo?

A diversidade cultural da França, suas tradições e o “savoir-faire” representam um ativo importante para o turismo criativo e vice-versa. Esse turismo preserva e melhora esse patrimônio intangível e fortalece a identidade de cada região. Além disso, é um turismo perfeitamente adaptado a todos os tipos de destinos, sejam vilas, cidades, estações de spa ou de montanha, ilhas, entre outros, que consideram o turismo como um elemento integrador e não um setor “predatório”, como temos venha ouvir isso. Nossa rede também inclui cidades com 3.000 habitantes, regiões rurais ou megalópoles como Medellín que, apesar de suas diferenças, compartilham suas boas práticas e seu mercado. De fato, é importante enfatizar que o turista criativo prioriza o modo de viajar e a qualidade das relações com os habitantes locais, às características intrínsecas do destino. Portanto, pode ser versátil em relação à escolha de destinos, desde que esses critérios sejam garantidos. É a partir dessa observação que começamos a trabalhar em rede com outros destinos ao redor do mundo e criamos a Creative Tourism Network®.
Quanto à França, novos destinos e territórios entrarão em breve, com vistas até para a temporada 2020.

– Antes de entrar em mais detalhes, talvez seja necessário lembrar o que entendemos por turismo criativo.

Direito É uma forma de turismo que permite ao viajante, não ao “turista”, descobrir, mas também entender a cultura local de um lugar, participando ativamente de atividades criativas, vinculadas ao seu patrimônio intangível, sua identidade, seu DNA.
Os turistas criativos estarão interessados, por exemplo, em se encontrar em Ibiza durante a baixa temporada para aprender a fazer queijo de cabra em uma fazenda orgânica ou se tornar DJ por um dia, para participar de uma competição de castelo de areia nas Ilhas Madalena ou esculturas de gelo em Saint-Jean-Port-Joli (Quebec), para fazer seus próprios cosméticos ou iogurte de rosas em Gabrovo (Bulgária), ensaiar as coreografias do carnaval de Recife ou tricotar seu chapéu de toquilla no Equador! entre muitos outros exemplos coloridos!
Além da experiência em si, também é relevante o valor agregado que esse turismo agrega ao território. De fato, os destinos veem o turismo criativo como uma alavanca para o desenvolvimento territorial. Entre suas virtudes, destaca-se a possibilidade de promover o turismo sazonal com estadias mais longas, diversificando a oferta e, portanto, a demanda, reforçando sua identidade, favorecendo a coesão social, a resiliência ou, simplesmente, criando uma economia turística baseada em criatividade, como costuma ser o caso das Cidades Criativas da UNESCO.

– É francesa. Como você percebe o potencial da França em termos de turismo criativo?

A diversidade cultural da França, suas tradições e o “savoir-faire” representam um ativo importante para o turismo criativo e vice-versa. Esse turismo preserva e melhora esse patrimônio intangível e fortalece a identidade de cada região. Além disso, é um turismo perfeitamente adaptado a todos os tipos de destinos, sejam vilas, cidades, estações de spa ou de montanha, ilhas, entre outros, que consideram o turismo como um elemento integrador e não um setor “predatório”, como temos venha ouvir isso. Nossa rede também inclui cidades com 3.000 habitantes, regiões rurais ou megalópoles como Medellín que, apesar de suas diferenças, compartilham suas boas práticas e seu mercado. De fato, é importante enfatizar que o turista criativo prioriza o modo de viajar e a qualidade das relações com os habitantes locais, às características intrínsecas do destino. Portanto, pode ser versátil em relação à escolha de destinos, desde que esses critérios sejam garantidos. É a partir dessa observação que começamos a trabalhar em rede com outros destinos ao redor do mundo e criamos a Creative Tourism Network®.
Quanto à França, novos destinos e territórios entrarão em breve, com vistas até para a temporada 2020.

– Você mencionou a Creative Tourism Network®, como nasceu?

Você poderia dizer que o projeto fazia parte do nosso DNA: com nossa equipe, trabalhamos em projetos de cooperação internacional até então e, pessoalmente, sempre viajei dessa maneira, priorizando as relações humanas e as experiências criativas. O encontro com o professor Greg Richards, autor do conceito de turismo criativo, foi decisivo e nos permitiu identificar com muita clareza as exigências desses novos viajantes, bem como os desafios que essa nova demanda acarreta. Foi então que criamos a primeira plataforma desse tipo no nível da cidade, Barcelona, ​​para atrair esses novos viajantes. A partir daí, pareceu-nos importante estabelecer contatos com destinos comprometidos com esse novo paradigma turístico.

– O que você poderia nos dizer sobre esse paradigma?

As especificidades do turismo criativo produziram um efeito perturbador em toda a indústria do turismo. De fato, as demandas desses novos viajantes e seu novo papel como prosumers forçaram o setor a passar do modelo de cima para baixo, que havia prevalecido no contexto do turismo “fordista”, para um modelo de baixo para cima, tornando necessário incorporar de novos atores locais, incluindo artistas, artesãos, agricultores, organizadores de festivais tradicionais, os únicos capazes de transmitir seus conhecimentos e tradições. A cocriação entre atores de campos tão diversos gera um novo paradigma, com seus novos desafios, mas também oportunidades.

– Vamos começar com os desafios?

O primeiro desafio que surge está precisamente relacionado ao desenho de experiências que precisam converter ativos intangíveis em experiências que são ao mesmo tempo autênticas, criativas e lucrativas. Se reconhecermos que já é difícil para o “turismo” e a “cultura” encontrar ou aceitar seus respectivos papéis na promoção do turismo cultural, podemos facilmente imaginar as dificuldades que acompanham a cocriação entre a indústria do turismo e setores tão diversos quanto o turismo. artesanato, indústria criativa ou agricultura. Apesar de nossos “sonhadores”, como eu gosto de chamá-los, quem são esses artesãos, esses artistas, esses pescadores, são muito generosos quando se trata de compartilhar seus conhecimentos com os turistas, a experiência, para serem satisfatórios e sustentáveis, também deve atender a outros critérios relacionados à proteção do patrimônio intangível, do marketing e, mais do que nunca, da segurança. Portanto, enfrentamos um desafio que requer a intervenção de novos “mediadores”, para garantir esses padrões e até criar sinergias a partir dessas diversas contingências.

Parece simples, afinal?

Digamos que pode ser tão simples e complicado quanto os relacionamentos humanos! Mas é verdade que pessoas e criatividade são recursos que só podem ser enriquecidos durante esse processo. Portanto, podemos dizer que não há turismo mais sustentável do que o turismo criativo.
Além disso, em todos os territórios com os quais trabalhamos, é oferecido treinamento aos atores locais, permitindo que eles atualizem suas habilidades para adaptar suas atividades da maneira mais autônoma e “ergonômica”, enquanto se integram a canais de marketing como operadores turista, agências de viagens e até plataformas digitais.

Como é realizado?

Nossa rede, que é uma organização sem fins lucrativos, tornou-se um ponto de referência para esse tipo de turismo em todo o mundo. Portanto, é necessário monitorar o setor e, principalmente, estar atento a todas as partes interessadas que o integram, sejam eles viajantes, nos mais diversos perfis, destinos administrados pelas administrações locais e pelo setor privado.
Nesse sentido, propomos ferramentas que oferecem soluções concretas no nível local e contribuem para o desenvolvimento desse turismo em todo o mundo.
Isso implica, por exemplo, a criação da Creative Tourism Academy, que cria e oferece cursos de treinamento – acadêmicos e profissionais – os Creative Tourism Awards – que premiam as melhores iniciativas de turismo criativo todos os anos, bem como nosso trabalho permanente de consultoria, suporte e promoção de destinos que receberam nossa certificação CreativeFriendlyDestination.

O que faz você pensar que o turismo criativo não é apenas uma moda?

Desde sua aparição, o turismo criativo cresce constantemente em número e diversifica seus perfis, passando do viajante solitário e romântico que viaja para a Toscana para pintar, para uma maneira de viajar que seduz segmentos como solteiros, idosos, equipes construção, PANKS, é claro, geração do milênio, bem como todos os apaixonados por dança, cerâmica, tecelagem ou aprendizes de chefs.
Portanto, não é uma tendência impulsionada pela indústria do turismo, mas uma mudança social, atuando no nível da demanda e afetando a oferta turística.

Também é importante sublinhar que, nesta evolução, os consumidores, neste caso turistas, tornaram-se “prosumers”, participando da co-criação de suas próprias experiências, e que, portanto, é impossível relegá-los novamente. ao mero estado do cliente. A pirâmide de Maslow está evoluindo e o turismo com ela!

Para concluir, que conselho você daria para destinos que desejam desenvolver esse tipo de turismo?

Primeiro, eles não o abordam com os mesmos códigos que estruturaram a indústria do turismo até o momento. De fato, seria preferível não considerá-lo como turismo, mas como uma maneira de criar cadeias de valor nos territórios, usando a criatividade para servir aos mais diversos propósitos de viagem.
Como mencionei, isso implica uma mente aberta e uma empatia natural, tanto em termos de boas-vindas aos turistas quanto no desenvolvimento de recursos humanos com os quais colaboraremos. Todos desempenharão um papel importante e complementar neste círculo virtuoso. O artista, o artesão, o empresário, as instituições.
Por esse motivo, é importante não reduzir a gestão do turismo criativo à criação de plataformas digitais dedicadas exclusivamente à venda de atividades online. Eles podem fazer parte da cadeia, mas, acima de tudo, essa grande oportunidade deve ser aproveitada para recriar significado e valor no nível do território. Em particular através da narrativa. A narrativa deve ser a das populações como um todo, que compartilharão sua história, passada ou contemporânea, e criarão laços emocionais com os viajantes. É então para os destinos, a oportunidade de recuperar seu DNA, sua identidade que em muitas ocasiões foi suplantada nas últimas décadas, por uma oferta turística e cultural globalizada. Essa diferenciação também deve levar à cooperação entre destinos, sejam eles quais forem, que têm tudo a perder como concorrentes no topo do ranking e tudo a ganhar ao recomendar um ao outro e trabalhar em rede.

E, como se trata de trabalhar, com entusiasmo, vamos começar nos tranquilizando: tudo já está feito e esperando ser reavaliado. Economia circular e humanismo como receita pós-crise!

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